BRASÍLIA - Derrotada no leilão da usina de Belo Monte (PA), em abril, a construtora Andrade Gutierrez vai entrar no negócio como sócia logo depois que os atuais cotistas assinarem o contrato de concessão com o governo. A assinatura está prevista para 26 de agosto. Na última semana de setembro, deve ser concedida a licença prévia do canteiro da obra.
O Estado apurou com três fontes – duas do governo e uma do mercado – que as negociações também incluem fazer da Andrade Gutierrez uma das empresas que vão liderar o processo de construção da usina que terá capacidade máxima de gerar 11.200 MW. Também haverá novos sócios autoprodutores.
A Andrade Gutierrez vem argumentando que, mesmo que os sócios do projeto decidam contratar um pool de empreiteiras, é importante haver uma grande empresa liderando a construção. Além dela e das construtoras que já integravam a Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Odebrecht e a Camargo Corrêa estão na disputa pelo contrato da obra, avaliado pelo governo em cerca de R$ 19 bilhões.
A Andrade disputou o leilão de Belo Monte com participação de 12,75% no consórcio Belo Monte Energia, que tinha ainda como sócios Vale, Neoenergia, Companhia Brasileira de Alumínio, Furnas e Eletrosul. O grupo foi derrotado pelo consórcio Norte Energia, liderado pela estatal Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), e alegou que o preço vencedor, R$ 77,97/MWh, era baixo.
Por ter perdido o leilão, a Andrade Gutierrez terá de adquirir participação societária nas 18 empresas que hoje formam a sociedade (SPE) – o que só pode ocorrer depois da assinatura do contrato de concessão. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, há duas possibilidades: a Andrade poderia comprar participação de alguma das companhias que detém fatias menores na sociedade ou adquirir parte das cotas do grupo Eletrobrás. Somando as participações da Chesf, da Eletronorte e da holding Eletrobrás, o grupo estatal possui 49,98% do projeto.
Os demais atuais sócios do projeto dividem-se da seguinte maneira: Petros (10%), Bolzano Participações (fundo formado Previ e Iberdrola, com 10%), Funcef (2,5%), Caixa FI Cevix (parceria da Funcef com Engevix, tem 5%) J. Malucelli Energia (0,25%), Gaia (9%), Sinobrás (1%), Queiroz Galvão (2,51%), OAS (2,51%), Contern Construções (1,25%), Cetenco Engenharia (1,25%), Galvão Engenharia (1,25%), J. Malucelli Construtora (1%) , Mendes Júnior (1,25%) e Serveng (1,25%).
A OAS entrou na SPE depois do leilão, junto com os fundos de pensão. Ao se tornar sócia, com 2,51%, virou candidata natural a conseguir um pedaço do contrato da obra. A tendência, segundo as duas fontes do governo, é que ela também tenha papel relevante na construção de Belo Monte.
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