A presidente Cristina Kirchner e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciaram hoje à tarde na cidade argentina de San Juan a assinatura de uma declaração de cooperação nuclear entre os dois países. O anúncio foi realizado durante uma entrevista coletiva à imprensa depois da reunião entre os dois presidentes.
A declaração pretende reativar diversos pontos de acordos nucleares feitos nas últimas duas décadas entre o Brasil e a Argentina. Segundo os presidentes, a cooperação na área nuclear dos dois países - os mais desenvolvidos no setor em toda a América Latina - "constitui um patrimônio comum irrenunciável da associação estratégica". Lula e Cristina Kirchner ressaltaram o compromisso de ambos países com o desarmamento, a não proliferação nuclear e a promoção do direito inalienável de todas as nações para o uso da energia nuclear para fins exclusivamente pacíficos".
"A cooperação não se refere somente à Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Matéria Nuclear, mas também a de incluir projetos produtivos", disse o chanceler Celso Amorim em conversa com os correspondentes brasileiros. Segundo Amorim, a ideia é desenvolver um reator nuclear conjunto. "O design do reator, que seria de pesquisa científica, poderia ser feito em conjunto. A construção poderia ser feita separadamente", explicou o ministro, que nos anos 1980 participou das primeiras negociações bilaterais na área atômica.
"Esta tecnologia nuclear será utilizada para fins pacíficos", disse a presidente Cristina. Segundo o presidente Lula, "é extraordinário que os dois países possam trabalhar juntos na área nuclear".
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