da Reuters
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sugeriu nesta terça-feira que o Irã entregasse seu urânio para ser enriquecido por um país que atuaria como "fiel depositário", uma solução para destravar as negociações sobre o programa nuclear do país. Ele descartou que o Brasil faça esse papel.
"Declarações privadas e públicas me fazem perceber que o hiato não é tão grande entre a proposta original e o que o Irã está disposto a fazer", disse Amorim após encontro no Rio de Janeiro com o diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Yukiya Amano.
O chanceler propôs que esse "fiel depositário" enriqueça o urânio enviado pela República Islâmica e depois o devolva a Teerã. O Irã é acusado pelo Ocidente de buscar a construção de armas nucleares, mas Teerã nega e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Amorim garantiu que o Brasil não pretende ser esse fiel depositário. "A principal questão que existe é como operar a simultaneidade, ou seja, permitir que o Irã coloque de lado parte do estoque de urânio e receba de volta os combustíveis", disse o chanceler a jornalistas.
"O Irã não tem confiança em alguns países (cotados para enriquecer o urânio) e os países não têm confiança no Irã. Qual a solução? Isso se faz com uma operação privada com um fiel depositário, que pode ser um terceiro país", disse.
"Não é preciso (ser o Brasil). Tem países mais próximos", acrescentou o chanceler.
Em recente relatório, Amano alertou que o Irã estaria usando o urânio enriquecido para fins bélicos.
"No meu relatório, não disse se o Irã tem ou não armas nucleares. O que disse é que estava preocupado e que queria conversar para esclarecer a questão", afirmou Amano a jornalistas.
Ele acrescentou que tem um convite para ir a Teerã, capital do Irã, mas que não decidiu quando fará a visita. "Não quero ir lá só pra dizer 'oi'", concluiu.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário