terça-feira, 23 de março de 2010

Marconi Perillo pede exoneração de diretores de serviços médicos do Senado

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), encaminhou ofício nesta terça-feira ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), com o pedido de exoneração de dois diretores de serviços médicos da instituição.

Segundo o senador, eles não informaram a Mesa Diretora do Senado sobre irregularidades em contratos firmados com clínicas e hospitais. Segundo Perillo, auditoria realizada a pedido dos diretores encontrou ilegalidades que não foram informadas à cúpula da Casa.

"Isso evidencia clara quebra de confiança por parte dos diretores, pela falta de comunicação quanto à realização de auditoria sobre atos tão relevantes", afirmou Perillo no ofício.

O tucano é presidente do conselho que fiscaliza o SIS (Sistema Integrado de Saúde) do Senado. Por isso, ele disse que deveria ter sido informado sobre a auditoria. Entre as irregularidades que foram apontadas pela auditoria, está a participação de servidores do Senado como sócios de empresas que mantém contratos com a instituição.

Perillo disse que só teve conhecimento da auditoria na semana passada, embora as investigações tenha sido realizadas em agosto de 2009. O senador disse que, no período das investigações, houve reuniões do conselho do SIS sem o seu conhecimento.

No ofício, Perillo sugere que os diretores do SIS, Fábio Rezende Coutinho, e da SAMS (Secretaria de Assistência Médica e Social) do Senado, Paulo Roberto Ramalho, sejam afastados dos cargos. comissionados. "Sugiro a Vossa Excelência [Sarney] a demissão dos cargos em comissão dos diretores", afirma Perillo.

A auditoria foi realizada no ano passado em meio a uma série de denúncias contra o Senado. O Conselho de Ética da Casa chegou a analisar 11 denúncias contra Sarney, mas todas foram arquivadas. O peemedebista permaneceu no cargo mesmo depois do chamado escândalo dos atos secretos, que resultou no afastamento do ex-diretor geral da Casa Agaciel Maia.

Os atos secretos teriam beneficiado parentes e afilhados políticos de Sarney para a instituição. O presidente da Casa também foi acusado de Sarney omitir da Justiça Eleitoral uma propriedade de R$ 4 milhões, além de ter supostamente participado do desvio de R$ 500 mil da Fundação José Sarney.

O senador ainda respondeu à acusação de ter interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores do Senado e de ter usado o cargo a favor da fundação que leva seu nome e mentido sobre a responsabilidade administrativa pela fundação.

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