segunda-feira, 29 de março de 2010

Sindicatos de servidores de SP organizam "bota fora" para protestar contra Serra

DANIEL RONCAGLIA
colaboração para a Folha Online

Cerca de 40 entidades de funcionários públicos de São Paulo marcaram um protesto para quarta-feira, 31 de março, dia em que José Serra (PSDB) sai do governo paulista para disputar a eleição presidencial.

Chamado de "bota-fora do Serra", o protesto é organizado por sindicalistas do Conselho de Política de Administração e Remuneração de Pessoal, fórum de negociação salarial entre o funcionalismo e o governo estadual.

A manifestação está marcada para as 12h de quarta-feira no vão livre do Masp, na avenida Paulista. Duas horas depois começa no mesmo local a assembleia da Apeoesp (sindicato dos professores de São Paulo), que decidirá se mantém a greve iniciada no dia 8 de março. Depois da assembleia, o "bota fora" continua com uma passeata até o centro de São Paulo.

A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, afirmou que, apesar da participação do sindicato, a manifestação é independente da greve dos professores. Segundo ela, o protesto é uma liberdade de expressão do funcionalismo.

O organizador da manifestação, Angelo D´Agostini, que é diretor Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo), negou o caráter partidário do evento. "Nós não estamos indicando votos para ninguém", afirmou.

De acordo com o sindicalista, o movimento quer mostrar a situação do funcionalismo público do estado. "É um dever nosso mostrar para a população que o servidor ganha um vale-refeição de R$ 4 por dia." O Sindsaúde marcou para o mesmo dia uma assembleia na qual decidirá se entrará em greve.

A reportagem procurou o governo de São Paulo, que não ainda não se manifestou sobre o protesto dos servidores.

Na sexta-feira, Maria Izabel Azevedo Noronha admitiu que a greve da categoria é política. Mas negou que tenha relação com o PT. "É política, mas não é partidária", disse ela sobre a paralisação.

Após comandar uma manifestação nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da cidade, a sindicalista fez várias críticas ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

"Esse senhor não vai ser presidente do Brasil", afirmou ela. "Se for eleito vai acabar com imagem que Brasil conquistou lá fora."

No protesto, ela disse que a categoria deveria aproveitar os últimos dias do governo Serra para protestar. Cerca de 5.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram do protesto que acabou com 20 feridos depois de um confronto entre policiais e professores.

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