MP venezuelano diz que ele não poderia deixar o país; familiares dizem que ele sofre perseguição política
O presidente do canal de TV Globovisión, Guillermo Zuloaga, foi preso nesta quinta-feira, 25, na Venezuela. O executivo foi detido em um aeroporto de Punto Fijo, no oeste do país, onde tomaria um voo fretado para uma ilha do Caribe.
A prisão foi pedida pelo Ministério Público venezuelano. Segundo a Procuradoria-Geral do país, Zuloaga não poderia deixar a Venezuela por estar sendo investigado pela Justiça, mas o órgão não informou a acusação que pesa sobre o empresário.
Familiares do executivo alegam que ele sofre perseguição do governo do presidente Hugo Chávez, por causa da linha editorial oposicionista do canal.
Zuluaga disse em entrevista a Globovisión, reproduzida pelo diário Universal, que oficiais a paisana se dirigiram a ele dizendo que tinham um mandado de prisão. Segundo o executivo, um avião do governo deve levá-lo a Caracas.
"Se eu quisesse me esconder, não sairia por um aeroporto conhecido. Espero ver o que dizem as autoridades e que meus advogados entrem em ação", acrescentou.
A procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega Díaz, confirmou que um tribunal de Caracas pediu a prisão de Zuloaga.
Apesar de dizer que não poderia dar detalhes sobre o caso, a procuradora confirmou que recebeu uma denúncia de um deputado da Assembleia Nacional que acusa Zuloaga de 'dar declarações desrespeitosas e ofensivas contra o chefe de Estado'.
Ela não deixou claro se a denuncia motivou o pedido de prisão, ou se isto se deve a outros processos que ele responde na Justiça venezuelana.
Denúncias
O Ministério Público venezuelano começou a investigar Zuluaga e o ex-governador de Zulia Oswaldo Paz a pedido do deputado Manuel Villalba, do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Na quarta-feira, Villalba pediu que o MP investigasse Zuloaga por conta de declarações dadas durante assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) no final de semana.
No último dia 8, Paz, ex-governador de Zulia e deputado da Assembleia Nacional, acusou altos funcionários do governo de vínculos com o narcotráfico.
No dia seguinte, Villalba apresentou uma denúncia ao MP, na qual acusava o ex-governador de atentado contra o caráter republicano do governo, instigação pública à investigação, intimidação e calúnia. Paz foi preso no dia 22 e no dia 24 um tribunal ratificou a prisão.
Críticas a Chávez
Mais cedo, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) criticou o governo venezuelano pela prisão do ex-governador opositor Oswaldo Álvarez Paz e ações da Justiça contra Zuluaga e a juíza María Lourdes Afiuni Mora .
Segundo o órgão, vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA), a Venezuela tem criminalizado defensores dos direitos humanos, cerceado o direito de manifestação e perseguido criminalmente opositores do governo.
Com informações da Associated Press e Efe
Nenhum comentário:
Postar um comentário