Montadora chinesa Geely paga US$ 1,8 bilhão pela marca sueca, menos de um terço do que a Ford pagou pela empresa em 1999
ASSOCIATED PRESS / ESTOCOLMO
O Zhejiang Geely Holding Group assinou um acordo vinculado para adquirir a unidade Volvo Cars da Ford Motor por US$ 1,8 bilhão, numa jogada vitoriosa da montadora independente chinesa, que pretende se expandir na Europa.
O acordo de compra de ações está sujeito à aprovação de organismos reguladores e sua conclusão é esperada para o terceiro trimestre, disseram representantes das duas fabricantes ao apresentar o negócio na Suécia.
O acordo foi assinado pelo chairman da Geely, Li Shufu, e o diretor financeiro da Ford, Lewis Booth, e testemunhado por Li Yizhong, ministro chinês de Indústria e Informação e Maud Olofsson, ministra sueca de Empresa e Energia.
A transação será feita mediante uma promissória de US$ 200 milhões, e o restante será pago em dinheiro, disse Booth. "Acreditamos que esse é um preço justo por um bom negócio e, sim, estamos felizes com o acordo que alcançamos com a Geely", disse ele, acrescentando que sua companhia acredita que, sob o controle da Geely, "a Volvo pode continuar construindo seus negócios e voltar à lucratividade". O negócio cobre também outros acordos sobre direitos de propriedade intelectual, suprimento, e acertos de pesquisa e desenvolvimento entre a Volvo Cars, a Geely e a Ford.
Li descreveu o negócio como "um marco" tanto para a Geely como para a Volvo, acrescentando que seu grupo assegurou todo o financiamento necessário para completar o negócio, bem como facilidades de capital de giro significativas para financiar os negócios correntes da Volvo Cars. A Geely disse que pretende manter as instalações de fabricação existentes da Volvo na Suécia e na Bélgica, mas que também explorará oportunidades de fabricação na China.
"A China, o maior mercado de carros do mundo, será o segundo mercado doméstico da Volvo. A Volvo estará particularmente bem posicionada como uma marca de ponta com liderança mundial, explorando as oportunidades do rápido crescimento do mercado chinês", disse Li.
A Geely, uma montadora independente que tem buscado melhorar sua imagem em mercados do exterior, há muito vinha cobiçando ter uma base mais forte na Europa. Havia rumores de que estaria fazendo ofertas pela Opel e Saab. A aquisição da Volvo é, portanto, importante para a companhia, que construiu gradualmente seus negócios com pouca ajuda do governo.
O analista Zhang Xin, da Guotai Junan Securities, em Pequim, disse que a Geely prometeu mater a fábrica e as equipes de negócios da Volvo na Suécia após a venda, limitando-se a cortar custos. "A realidade é sempre mais cruel do que as pessoas gostariam. A Geely quer se construir como uma nova "Geely internacional", por isso eles procuraram uma marca estrangeira forte como a Volvo."
"A Geely deveria prever algumas dificuldades. Como ela conseguirá gerir bem a Volvo? Como lidará com a fábrica e os empregados? Quanto mais terá de gastar para operar a Volvo?" A Volvo emprega cerca de 20 mil trabalhadores, a maioria na Suécia. O grupo, inicialmente uma subsidiária da fabricante de rolamentos SKF, abriu capital em 1935. Em 2009, vendeu 334.808 carros e hoje possui 10 modelos no mercado global, dos quais o mais vendido é o utilitário esportivo XC60. EUA, Suécia e Grã-Bretanha são seus maiores mercados. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
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