O governo francês procedeu nesta quinta-feira a uma nova onda de expulsões de ciganos para a Romênia, apesar da presença de dois ministros romenos em Paris e das críticas que essa política provoca na França e no resto do mundo.
Um avião da companhia romena Blue Air partiu do aeroporto de Lyon-Saint Exupéry (centro-leste) para Bucareste, comprovou uma jornalista da AFP.
Pouco depois, na periferia de Paris outro voo da companhia aérea Blue Air com destino a Bucareste também partiu com o resto dos expulsos a bordo.
Segundo fontes governamentais, o número total de expulsos nesta quinta deve ser de 283.
Na véspera, o governo francês teve de recorrer a estatísticas policiais em Paris para justificar sua política de expulsão de ciganos da Romênia.
"Não há registros sobre a delinquência por comunidade, mas por nacionalidade e eu observo, por exemplo, que em Paris os crimes envolvendo romenos aumentou no ano passado 138%", declarou o ministro do Interior Brice Hortefeux à rádio RTL.
Segundo a polícia, foram 3.151 casos em 2009 contra 1.323 em 2008. Nos seis primeiros meses do ano de 2010, este índice aumentou 51,1% em relação ao mesmo período de 2008, e 49% dos delitos foram cometidos por menores.
Após muita discussão na mídia, o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou no dia 30 de julho que os acampamentos ilegais de ciganos na França seriam demolidos.
A França enviou mais de 8.300 romenos e búlgaros para seus países desde o dia 1º de janeiro e segue determinada a continuar esta política apesar das críticas.
Cerca de 15 mil ciganos dos países do leste europeu vivem na França, onde se beneficiam das regras de livre circulação da União Europeia, mas muitas vezes em acampamentos improvisados. Depois de três meses na França, sem domicílio nem fontes de renda, eles se tornam ilegais e podem ser removidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário