Ela se retratou de vender armas ao Equador e recebeu apoio nas Malvinas.
Argentina e Peru disseram nesta segunda-feira (22) ter superado um atrito que perdurava desde 1995 por causa de uma transação com armas. Na primeira visita oficial em 16 anos de um presidente argentino a Lima, Cristina Kirchner disse que sua presença no país era uma forma de "desagravo".
Em troca, ela recebeu o apoio do presidente peruano, Alan García, na disputa mantida pela Argentina com a Grã-Bretanha pela posse das ilhas Malvinas.
"Sinto que esta visita nos 16 anos (depois da anterior) é uma visita de desagravo institucional e de reparação histórica. Isso é o que vim fazer em nome de todos os argentinos", disse Cristina em uma cerimônia no palácio peruano de governo, sem fazer alusão explícita ao episódio de 1995.
Naquele ano, Peru e Equador travaram uma curta guerra territorial. Na época, o governo de Carlos Menem forneceu armas a Quito, embora a Argentina fosse um dos mediadores do conflito.
García deu a entender que o episódio já foi superado. "Depois de um longo tempo de distância, nos enche de satisfação e afeto receber a presidente argentina e colocar ponto final a um lamentável incidente que jamais deveria ter ocorrido", afirmou.
Sobre as Malvinas, arquipélago sob controle britânico que a Argentina tentou sem sucesso capturar militarmente em 1982, García disse: "Quando chegou o momento de respaldar a Argentina na sua justíssima reivindicação soberana das Malvinas, que nós continuamos apoiando, colocamos a serviço da Argentina tudo o que poderíamos colocar."
Recentemente, Buenos Aires queixou-se das atividades britânicas de prospecção de petróleo nos arredores do arquipélago, e como represália anunciou que exigiria autorizações especiais para que embarcações oriundas das Malvinas atracassem em portos argentinos.
Em uma reunião de cúpula em fevereiro no México, governantes latino-americanos emitiram uma nota manifestando apoio à Argentina contra a atividade petroleira da empresa britânica Desire Petroleum na região.
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