Segundo a edição desta segunda-feira do jornal O Estado de S. Paulo, os textos são destinados a companheiros de guerrilha. Neles, Lamarca demonstra preocupação com o que classifica de "parada" de outros grupos de combate à ditadura militar.
As cartas estão entre os documentos entregues pela Aeronáutica ao Arquivo Nacional, conforme divulgado pelo próprio jornal em sua edição de domingo. A princípio, a Força Aérea informou que esses papéis haviam sido destruídos.
Quando escreveu os textos, Lamarca, que foi morto pelas tropas do Exército em 17 de setembro de 1971, havia acabado de se tornar o principal líder dos grupos armados, sobretudo depois da morte de Carlos Marighella.
Nas cartas, ele critica o comportamento da esquerda no país e informa, por código, que haveria nos próximos dias um novo sequestro de diplomata. Quinze dias depois, o embaixador da Suíça Enrico Buscher foi capturado. A negociação para sua liberdade envolveu a soltura de 70 guerrilheiros presos pelo governo.
"É hora de avançar e vamos avançar. O povo deu a demonstração de que está descontente, pelo grande número de votos em branco, nulos e abstenções. Essa de dizer que a massa não entende nada não cola mais. A prova que entende está aí. Agora está na hora de explorarmos isto - ficar parado numa hora dessa é imaturidade. Quando teremos uma oportunidade como essa?", escreveu Lamarca.
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