terça-feira, 23 de março de 2010

A frente democrática aceita o desafio dos liberticidas


Na Coluna Do Augusto Nunes

A definição publicada no post anterior revela o que pensa de Lula um presidente latino-americano que já o conhece faz tempo. A entrevista concedida nesta segunda-feira ao jornal colombiano El Espectadorpelo jornalista cubano Guillermo Fariñas resume o que acha quem acabou de descobrir quem é o presidente brasileiro. Leia o trecho enviado pela Thuya:

O presidente Lula estava em Cuba quando Orlando Zapata Tamayo morreu, e afirmou que não era possível que presos políticos entrassem em greve de fome para reinvindicar sua libertação. Queira Lula ou não, Zapata entrou para a galeria dos grandes homens. Lula tem as mãos tão manchadas de sangue quanto Fidel e Raúl Castro, porque não suspendeu sua visita a Cuba. E cometeu um enorme deslize ao comparar Zapata, um preso de consciência reconhecido pela Anistia Internacioal, com os bandidos de São Paulo.

Nesta segunda-feira, o presidente chileno Sebastián Piñeraencampou a moção, aprovada por todos os partidos, em que o Senado se solidariza com os prisioneiros políticos cubanos e condena a revogação dos direitos humanos pela tirania caribenha. “O governo do Chile vai fazer o que estiver ao seu alcance para que se produza em Cuba um processo de pleno restabelecimento da democracia, dos direitos humanos e das liberdades individuais”, disse Piñera. Como o presidente costarriquenho Oscar Arias, ele enxerga na capitania dos irmãos Castro uma ditadura sem disfarces. A mais antiga do planeta.

Releia a declaração de Lula sobre Cuba numa entrevista a emissoras de rádio. É de dar vergonha o que disse o presidente em outubro de 2005, depois de mais uma visita à ilha companheira:

“Conversei com o Fidel Castro sobre os cinco cubanos que estão presos nos Estados Unidos, porque as pessoas só falam de um lado, não falem dos dois lados. (…) Se alguém tiver de falar é ele, e não eu. Mas eu, o José Dirceu e o Frei Betto passamos uma hora e meia conversando com o Fidel sobre direitos humanos e eu não tenho nenhuma obrigação de dar informação ao chamado Repórteres sem Fronteiras”.

Em janeiro de 2008, de novo em Havana, Lula revelou o tom das conversas com o companheiro ditador:

“Eu sou da geração que é apaixonada pela Revolução Cubana. Tenho um carinho muito especial pelo Fidel”.

Lula não mudou de opinião. Dilma Rousseff, que já comunicou a decisão de não contrariar o chefe “nem que a vaca tussa”, é um pouco pior. Que o candidato oposicionista José Serra saiba dialogar com os milhões de brasileiros democratas ─ e falar em seu nome.

O sentimento da vergonha jamais deixará de influenciar eleições presidenciais, sobretudo se sublinhado pela ojeriza ao autoritarismo dos stalinistas farofeiros. E a luta fica bem mais simples quando os liberticidas se juntam num palanque só.

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