Por Conrado Hornos
MONTEVIDÉU (Reuters) - O ex-guerrilheiro José Mujica toma posse nesta segunda-feira como presidente do Uruguai com a promessa de manter as políticas moderadas do atual governo, em uma cerimônia com a presença de vários líderes estrangeiros e da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
A posse será marcada por gestos de solidariedade ao Chile, após o terremoto devastador que atingiu o país no fim de semana e deixou mais de 700 mortos, além de enormes danos materiais.
"O que aconteceu no Chile é dramaticamente comovedor, nos atinge pouco tempo depois do Haiti e nos lembra da fragilidade da nossa vida diante dos fenômenos naturais", disse Mujica no domingo, em entrevista concedida a jornalistas estrangeiros.
Presidentes de sete países sul-americanos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e representantes de outros 30 países estarão na capital uruguaia para a posse.
Antes de assumir, Mujica encontrou-se com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e tinha uma reunião prevista com a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton.
Hillary também tem um encontro previsto em Montevidéu com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, e o presidente eleito do país, Sebastián Piñera, suspenderam a viagem ao Uruguai após o terremoto.
Mujica, que foi membro da guerrilha urbana Tupanamaros e passou mais de uma década preso durante a ditadura que governou o Uruguai na década de 1970 até os anos 1980, ganhou as eleições de novembro com 52,3 por cento dos votos, no segundo triunfo eleitoral consecutivo da esquerda no país.
Considerado um político mais radical que o presidente Tabaré Vázques, Mujica moderou seu discurso durante a campanha e disse sentir-se mais próximo a governos como o do Brasil e do Chile do que do modelo socialista da Venezuela. Ele se comprometeu a manter políticas econômicas que permitiram ao Uruguai escapar da crise econômica mundial.
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