A esperança dos aliados, no início da noite, era que os senadores parassem para conversar após o jantar, uma vez que os dois são vizinhos, moram no mesmo prédio. Não existe melhor local para uma conversa reservada, onde eles podem colocar, com calma, todas as condições e variáveis que influenciam as decisões de ambos, de forma convergente ou divergente. Jarbas tem condicionado a sua pré-candidatura à possibilidade de Guerra, mesmo com todos os fatores adversos, enfrentar a reeleição. Assim, o ex-governador garantiria que os principais líderes da aliança oposicionista estivessem à frente da campanha: Jarbas, Guerra e o senador Marco Maciel (DEM), que já confirmou sua candidatura à reeleição. Ou seja, a reedição da chapa majoritária de 2002, pleito que terminou com a vitória de todos eles.
Oficialmente, a informação era de que o esperado encontro não aconteceu porque Sérgio Guerra, que estava em São Paulo e perdeu o voo para Brasília, atrasou toda a agenda em três horas. Quem conhece a pontualidade do metódico Jarbas sabe que o ex-governador não gosta de esperar e, com isso, a reunião não pôde ocorrer no período da tarde, como o previsto. Mas como dois parlamentares aliados e vizinhos não conseguem ter uma conversa definitiva? Há quem acredite que os dois estão dando tempo ao tempo para resolver algo de difícil solução: uma equação onde o melhor para cada um não é o melhor para o conjunto das oposições.
Nos bastidores, as informações são de que Guerra não está disposto a tentar a reeleição, preferindo tentar uma vaga na Câmara dos Deputados. Mais segura e tranquila. Assim, poderá administrar essa eleição com a coordenação-geral da campanha do presidenciável tucano, José Serra. E Jarbas não queria entrar na campanha, nem tão pouco abrir mão de Guerra na majoritária, mas é convocado pelos aliados no Estado e por Serra para comandar o palanque das oposições no Estado. Enquanto o tempo passa, a pressão aumenta. Os correligionários estão ansiosos aguardando o final dessa novela.
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