na BBC Brasil
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação criminal para descobrir se o banco de investimentos Goldman Sachs cometeu fraudes na Bolsa envolvendo a comercialização de produtos hipotecários.
A investigação ainda está em estágio preliminar e, segundo a imprensa americana, é incerto se ela pode resultar em algum indiciamento.
A medida foi tomada em resposta a um pedido feito pelo SEC (Securities and Exchange Commission, órgão que regula o mercado de capitais americano, semelhante à Comissão de Valores Mobiliários brasileira), que está movendo uma ação civil por fraude contra o banco.
A ação da SEC se refere a um produto financeiro atrelado a hipotecas de alto risco (chamadas subprime), negociado pelo banco em 2007, quando o mercado imobiliário dos Estados Unidos começava a apresentar problemas (que depois levariam à crise financeira mundial).
Segundo a acusação da SEC, o banco deu "declarações falsas" e omitiu "informações vitais" sobre o produto financeiro, o que favoreceu o banco e prejudicou investidores.
Para poder indiciar o banco, os promotores do Departamento de Justiça precisarão reunir provas de que a empresa ou seus funcionários cometeram fraude deliberadamente na venda de produtos hipotecários.
O Goldman Sachs se defende das acusações. Na terça-feira passada, o presidente do banco, Lloyd Blankfein, negou em depoimento ao Senado americano que a instituição tenha cometido irregularidades.
"Temos sido uma empresa voltada ao cliente por 140 anos e se nossos clientes acreditam que se não merecemos a confiança deles, não sobreviveremos", disse ele.
Segundo o Wall Street Journal, apesar de várias ações civis e investigações criminais, nenhum executivo de Wall Street ligado à recente crise das hipotecas foi condenado por ofensas criminosas.
O SEC e o Departamento de Justiça normalmente coordenam suas ações em investigações como essas, diz o WSJ. Esta nova investigação mostra os esforços da promotoria em processar os executivos e crimes cometidos em Wall Street, diz o jornal.
Um porta-voz do banco afirmou que a empresa vai cooperar com qualquer pedido de informação.
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