quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lustro na imagem por Marili Ribeiro


Michael Klein, retocando a imagem

No imbroglio que virou a briga das Casas Bahia versus Pão de Açúcar na fusão que está em suspenso, a imagem dos dois grupos foi afetada. A ala liderada pela família Klein, dona da Bahia, ficou no papel de ingênuos ludibriados pelo mordaz empresário Abílio Diniz. Situação nada confortável no acirrado mundo dos negócios. Já o maior acionista do Pão de Açúcar, Diniz, viu sua fama de implacável aumentada, o que também não condiz com figura do empresário bem sucedido que escreve livros e dá conselhos sobre hábitos saudáveis e boa convivência.

Há duas semanas, incomodados com os rumos as discussões tomaram na mídia, os Klein resolveram contratar o grupo CDN, o maior prestador de serviços de Relações Públicas entre as empresas do ramo no Brasil, para cuidar de sua imagem pública . Após monitoramento do que foi veiculado e discussão com os advogados, a consultoria recomendou que os Klein deixassem ainda mais clara a sua posição sobre o que estava acontecendo. Foi assim que nasceu a reportagem que está hoje na capa da revista de negócios EXAME, na qual se diz que tudo o que os Klein sempre quiseram era o detalhamento dos termos que ficaram em suspenso e não andaram após os anúncio do negócio.

Como tudo tem dois lados, a análise editorial feita pelo lado do concorrente grupo Pão de Açúcar, não tem a mesma interpretação. Por seu lado, eles consideram os Klein quiseram mesmo dar o tom de que fizeram o acordo em situação adversa. Ou seja, foram vítimas e, agora, graças a garra de brigar pelos seus direitos estão obtendo um bom acordo. Ou seja, querem sair da situação na posição de vencedores.

A família Klein detém 49% da nova empresa e o Pão de Açúcar 51%. Michael, o filho primogênito do fundador da rede de lojas varejista, Samuel Klein, foi o principal responsável por negociar a associação com os Diniz. A valorização das ações do Pão de Açúcar na Bolsa de Valores de quase 10%, no dia do anúncio do negócio, deu o alerta: se o mercado viu a iniciativa como excelente para o grupo do Diniz, era sinal que a família Klein não teria se beneficiado. Dado o sinal, começou a discussão que deverá ter mais capítulos e ainda muito lustro nas imagens dos grupos.

do Estadão no Economia e Negocios - blog da Marili Ribeiro

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