Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoça hoje (28) com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Às voltas com as eleições parlamentares venezuelanas e as críticas internas e externas decorrentes da crise energética, do desabastecimento de água e de alguns produtos alimentícios, Chávez desembarca em Brasília. Segundo assessores políticos, o presidente vai sugerir que o venezuelano suavize o discurso.
De acordo com especialistas que acompanham as negociações de política externa, Lula vai argumentar que um discurso mais diplomático colabora para a unidade da América Latina. O presidente vai defender a importância da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul - a Venezuela aguarda a aprovação do Paraguai para seu ingresso no bloco econômico, o que não deve ocorrer este ano, segundo analistas.
Paralelamente, Lula deve elogiar os esforços do governo Chávez para superar as dificuldades decorrentes da crise energética – apagões, falta de algumas mercadorias e desabastecimento de água. O apoio do presidente ocorre a cinco meses das eleições parlamentares na Venezuela. Ao contrário das disputas anteriores, desta vez a oposição indica que dificultará a ação de Chávez. Há chances de a oposição ocupar espaço entre as 167 cadeiras da Assembleia Nacional – atualmente dominada pelo governo.
Consciente das dificuldades políticas que enfrenta, Chávez apelou para que os aliados intensifiquem os esforços para manter a maioria no Parlamento. A reação ocorre no momento em que o governo é pressionado a tomar cada vez mais providências para conter o avanço da crise energética.
Em Brasília, Lula e Chávez deverão reafirmar a amizade que os une. Durante a visita deverão ser assinados acordos bilaterais incluindo as áreas de processamentos de grãos, de siderurgia, energia e infraestrutura. A ideia é que antes de o presidente deixar o governo, em janeiro, ele mantenha uma nova rodada de negociações com Chávez.
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