sexta-feira, 12 de março de 2010
‘O mundo acordou mais xarope hoje’, diz Galhardo sobre a morte de Glauco
Cartunista foi morto em tentativa de assalto nesta sexta (12).
Veja a repercussão da morte entre os colegas e quadrinistas.
G1
Colegas e quadrinistas lamentam a morte do cartunista Glauco Villas-Boas. O artista morreu aos 52 anos após uma tentativa de assalto em sua casa em Osasco, na Grande São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (12).
"Todo mundo está muito chocado. O Glauco é um grande talento que perdemos subitamente. Para todos os cartunistas foi uma grande referência. O Geraldão é uma grande referência e o Glauco era um cara pacífico. Como alguém pode fazer uma coisa dessas? O atirador não tem noção. O Glauco era um gigante. Ele tinha o dom de repetir a mesma piada e ser engraçada dez mil vezes. O mundo acordou mais xarope hoje", lamenta Caco Galhardo, colega da seção de tirinhas da "Folha de S. Paulo".
“Com ele morre uma parte do que esse país tinha de alegre, respeitoso, diferente e em busca do futuro”, diz o editor Toninho Mendes, que trabalhou com o quadrinista na editora Circo. “Estou sem condições de falar. Você não imagina o meu estado de transtorno. A gente trabalhou juntos na Circo, por quase dez anos. Eu não consigo acreditar no que está acontecendo”.
Arnaldo Branco, que assina a tirinha "Mundinho animal" no G1, celebra o pioneirismo do cartunista. "O Glauco era o batedor que ia na frente testando os limites pra todo mundo que vinha atrás. Sempre ficava impressionado como o cara falava abertamente de sexo e drogas ainda na vigência da censura (velada, que fosse). Fazia humor urgente, em estado bruto".
“Glauco veio de uma reta de destruição, muito ferrada, e conseguiu colocar a vida no prumo, se ajeitar. Encontrei ele pouco tempo atrás, estava superbem”, lamenta o cartunista Orlando. “O boom do trabalho dele foi em 78 ou 79 no ‘Viralata’, seção de humor publicada no ‘Folhetim’, suplemento da ‘Folha’ que saía aos sábados. Ele apareceu com um humor absolutamente inusitado, ninguém fazia aqui, traço super solto”, lembra.
No Twitter outros quadrinistas também se manifestaram. Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, disse que “o dia fechou com o desaparecimento do Glauco. Não há palavras para justificar, explicar, entender...”.
João Montanaro, quadrinista adolescente que publica na revista “Mad” e na “Folha de S. Paulo” também lamentou no serviço de microblogging. “Dia ruim para os quadrinhos e para o Brasil. Quando criança eu copiava os desenhos do Glauco. Fiz o ( personagem) Doubli pensando no Glauco e no Calvin”.
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