O clima nesta segunda-feira (19/4) na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, era de festa, mas nem por isso as lideranças indígenas deixaram de fazer suas reivindicações ao presidente Lula, que participou da celebração do Dia do Índio na aldeia Maturuca juntamente com diversas autoridades do governo federal e da Funai.
Antes de discursar, Lula se reuniu com as lideranças indígenas do Brasil, e recebeu os agradecimentos pela demarcação contínua das terras da reserva, mas também uma série de reivindicações. A felicidade dos índios não escondeu a sua sinceridade, afirmou o presidente. Eles sabem que além de terra precisam de escola, saúde, água potável, saneamento, energia elétrica. “Com uma mão eles me entregaram um documento agradecendo e com a outra entregaram outros 20 documentos reivindicando”, afirmou Lula em seu discurso, sendo bastante aplaudido.
Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente:
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Confira aqui o infográfico que fizemos especialmente para o Dia do Índio
De imediato, Lula pediu ao presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, que marcasse uma reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) para maio, com o objetivo de discutir o balanço das atividades e a apresentação, pelo governo, do projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Os caciques presentes à reunião pediram para que o presidente Lula transforme a CNPI em conselho. Também reivindicaram melhorias no atendimento à saúde da população indígena, mais escolas para índios e investimentos em infraestrutura nas aldeias, como o programa Luz para Todos.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou aos caciques que dentro dos próximos 30 dias será editado um decreto que institui a Secretaria de Saúde Indígena. Parte da estrutura que estava na Funasa será transferida para o ministério, o que foi bastante elogiado pelas lideranças indígenas. Com relação a Raposa Serra do Sol, os caciques pediram a retirada dos garimpeiros e fazendeiros que ainda insistem em explorar as terras. Outro pedido foi a criação de mais quartéis para assegurarem a segurança das comunidades nas fronteiras com países da América do Sul.
Lula pediu ainda a seus assessores que fossem negociadas terras na região de Dourados (MS) para os índios de etnia guarani kioua. De acordo com o cacique Anastácio Peralta, a luta dos índios naquela região é de longa data – e liminares na Justiça vêm impedindo a demarcação das terras. Segundo o cacique, a região tem 40 mil índios que habitam 17 municípios no Mato Grosso do Sul.
Em seu discurso, Lula lembrou o assassinato de 21 líderes indígenas da região, sem que os culpados fossem punidos – as mortes ocorreram na luta pelas terras da reserva Raposa Serra do Sol. Ainda assim, afirmou Lula, os índios venceram, conseguindo a demarcação definitiva no Supremo Tribunal Federal (STF).
no blog do Planalto
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