Efe e Associated Press
no Estadão.com.br
HAVANA- O presidente de Cuba, general Raúl Castro, afirmou neste domingo, que prefere desaparecer a aceitar a "chantagem" dos Estados Unidos e da Europa com "manipulações" sobre a vigência dos direitos humanos na ilha.
"Este país jamais será dobrado. Antes prefere desaparecer, como demonstramos em 1962", disse o governante em alusão a chamada "Crise dos Mísseis", o clímax da Guerra Fria.
"A vacilação é sinônimo de derrota. Não cederemos jamais a chantagem de nenhum país ou conjunto de nações, por mais poderosas que sejam, aconteça o que aconteça", acrescentou o general, no discurso de encerramento do IX Congresso do ramo juvenil do governista Partido Comunista.
Cuba também não cederá, segundo Raúl, a "chantagem inaceitável" dos dissidentes em greve de fome para pedir a liberdade de presos políticos doentes, e reiterou a versão oficial de que são "bandidos comuns" e que, se morrerem, a culpa é deles.
O governante denunciou "incríveis campanhas midiáticas" do "inimigo" e "distorções" ao responder às críticas do Parlamento europeu e outros organismos, governos e personalidades após a morte do dissidente preso Orlando ZapataTamayo após uma greve de fome de 85 dias.
Castro recordou que Cuba não cedeu "nem um milímetro" quando Washington apontava suas armas nucleares e queria invadir a ilha, de acordo com ele, nem quando a União Soviética, seu principal aliado e provedor, deixou de existir.
O presidente afirmou que o governo Obama não parou de apoiar a subversão na ilha e mantém o bloqueio comercial que Washington aplica a Havana desde 1962.
Esta é a segunda vez que Castro, depois de se tornar presidente de Cuba em substituição a seu irmão Fidel em fevereiro de 2008, encerra a celebração do Congresso do Partido Comunista de Cuba.
O último congresso realizado na ilha foi em 1997 e o seguinte deveria ser realizado em 2002, já que o estatuto indica que eles são feitos a cada cinco anos. Segundo a Constituição, o PCC é o órgão reitor da sociedade cubana e Fidel Castro continua sendo o primeiro secretário do partido.
A União Jovem Comunista, integrada por 600 mil membros, deixou claro em sua convocação que "os que apostam em um futuro de concessões e entregas, nada poderão esperar da juventude cubana".
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