Administração estadual foi considerada como ruim ou péssima por 30% da população, contra um índice de 8,5% para a gestão do presidente e 7,4% para a de Richa na prefeitura
O levantamento foi feito pela Paraná Pesquisas, a pedido da Gazeta do Povo. O instituto entrevistou 680 moradores da capital, maiores de 16 anos, entre os dias 29 e 31 de março. A margem de erro é de 4%.
A percepção positiva do curitibano em relação ao governo Lula (66,2%) aproxima-se da média nacional apontada na semana passada pelo instituto Datafolha: 76% de avaliação ótima ou boa. Já Richa, que renunciou ao cargo nesta semana para concorrer ao governo do Paraná, tem uma imagem positiva junto ao eleitor de Curitiba bem próxima do porcentual de votos da eleição de 2008, quando foi reeleito prefeito da cidade por 77% dos eleitores.
A aprovação maior de Lula e Richa em relação a Requião repete-se quando a população é incitada a avaliar o segundo mandato dos três. Mais de 30% dos entrevistados consideraram que o presidente e o ex-prefeito tiveram um segundo mandato melhor que o primeiro, enquanto 16% acreditam que o segundo mandato de Requião foi melhor. Consequentemente, o último mandato de Requião foi considerado pior que o primeiro por 29,9% dos entrevistados, contra um porcentual de 13,5% para o governo Lula e 9,9% para o segundo mandato de Richa.
Repercussão eleitoral
Os números apontados pela Pa raná Pesquisas podem indicar a influência dos três personagens nas eleições deste ano, através do carisma individual e da satisfação da população com o trabalho realizado por cada um deles. “Lula, como cabo eleitoral em Curitiba, é importante, me lhor que o governador Re quião. Ele é bem avaliado. Estou impressionado com a avaliação positiva dele”, diz o professor de Direito Constitucional e Ciência Política do Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba), Carlos Strapazzon.
Para o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, o ex-governador sofreu o desgate comum aos governantes de segundo mandato consecutivo, já que encerrou a gestão anterior, segundo ele, com aprovação superior a 50%. Desde 2003, o ex-governador entrou em diversas polêmicas, principalmente em áreas estratégicas como energia (Copel) e contas públicas (Itaú).
Requião sempre alegou, nestes casos, a defesa do interesse público. A principal “briga” teve como base uma promessa de campanha de 2002, sobre a cobrança de tarifa para o tráfego em rodovias no Paraná. “O pedágio abaixa ou acaba” foi o principal mote de sua candidatura.
Desde então, iniciou-se uma briga jurídica entre as concessionárias e o governo estadual, mas sem efeitos práticos para a população. Apesar disso, Requião marcou posição sobre o assunto, refletida na avaliação do curitibano das áreas em que houve mais e menos atuação do governo. “Estradas” foi o item mais citado como prioritário para o ex-governador (19,8%). E o “pedágio” foi o quarto (17,3%) item com menos atenção. “O índice de promessas não cumprida explica um pouco a aprovação menor (de Requião)”, considera Hidalgo.
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