Ao comentar as divergências com os Estados Unidos sobre o acordo de Teerã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que é preciso haver respeito mútuo na política internacional entre países.
Lula lembrou que os EUA tentam um acordo com o Irã há mais de 30 anos e que só depois da intermediação de Brasil e Turquia os iranianos aceitaram negociar.
"A divergência do Irã com os Estados Unidos perdura há 31 anos. Qual foi o mal que fizeram Brasil e Turquia? Foi convencer o Irã a sentar na mesa para negociar, que era o que eles queriam que acontecesse", disse Lula durante a abertura de um evento sobre mobilidade rodoviária sustentável.
"Quando o Irã topa sentar na mesa, eles (EUA) falam: 'não vale mais'. Não é possível fazer política internacional se não houver um respeito mútuo nas nossas relações."
GOLFO DO MÉXICO
O presidente ironizou ainda a demora no controle do grave vazamento de petróleo que ocorre há mais de um mês em um campo da BP no Golfo do México norte-americano.
Segundo Lula, "os grandes" não sabem o que fazer para solucionar o derramamento.
"Os grandes, que sabiam tudo, não sabem como fazer para parar aquele petróleo. Tem que chegar uma nova sonda, fazer um novo poço, para implodir aquele e tampá-lo para parar de sair petróleo", disse Lula, que também fez críticas à cobertura da imprensa internacional sobre o acidente ambiental.
"Imagina se fosse a Petrobras! Imagina se fosse aqui na Baía de Guanabara, o escândalo que o mundo desenvolvido teria feito contra nós. Quantas matérias dizendo que o Brasil não sabe tomar conta do seu nariz", disse Lula, que foi interrompido por aplausos da plateia formada por brasileiros e estrangeiros, entre eles o presidente mundial da Michelin, Michel Rollier.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
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