O Ministério Público Federal (MPF) denunciou por extorsão o empresário conhecido como Palhinha, dono do jornal Atualidades, de Marília, no interior de São Paulo. O empresário foi preso no dia 21 de maio depois de ser filmado por câmeras no escritório do deputado federal Sérgio Antônio Nechar (PV-SP), supostamente exigindo dinheiro para não publicar matérias no seu jornal contra o político.
A denúncia foi feita no final da tarde de quinta-feira pelo procurador da República em Marília, Jefferson Aparecido Dias. Nesta sexta-feira, Palhinha foi solto por determinação do juiz Alexandre Sormani. Ele estava preso na cadeia pública de Garça, cidade próxima.
Pelo crime de extorsão (constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, com o intuito de obter indevida vantagem econômica), o empresário poderá ser condenado a cinco anos de prisão. De acordo com o inquérito policial, Machado teria feito publicações inverídicas, ameaçado e feito exigências indevidas contra o deputado depois que este teria cortado as verbas publicitárias para o jornal. Sua advogada nega as acusações, porém.
De acordo com o procurador, entre outras exigências indevidas, Machado teria pedido um carro, a contratação de um jornalista e o pagamento do aluguel de R$ 1,5 mil do imóvel onde o jornal está instalado. No dia 21 de maio, câmeras instaladas no escritório de Nechar teriam flagrado o jornalista exigindo o pagamento de R$ 15 mil, parcelados em três vezes de R$ 5 mil.
"As provas criminais ainda incluem material escrito e até versões pré-impressas do jornal com notícias que difamavam a vítima e que depois não foram publicadas. O denunciado, de forma consciente, constrangeu, mediante grave ameaça, o deputado federal Sergio Antonio Nechar e o assessor parlamentar Walter Menegon, com o fim de obter para si indevida vantagem econômica", afirmou Dias.
Defesa
Apesar disso, Machado não responderá pelos crimes de calúnia, difamação, injúria e ameaça contra Nechar, que segundo sua advogada, Clarice Domingos da Silva, foram retirados da denúncia. De acordo com ela, não houve extorsão. "Meu cliente estava lá para receber R$ 5 mil de propaganda do deputado, que foi feita em 40 edições do jornal. Tem nota fiscal, que não foi divulgada pela imprensa", disse.
A advogada também desmentiu as supostas exigências de contratação de jornalista, compra de carro e pagamento de aluguel. "O que havia era proposta de sociedade que nem chegou a ser feita e uma lista das necessidades e obrigações de cada um para que a sociedade fosse feita", afirmou. Segu
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