segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ministério Público investiga substituto de Arruda no Governo

Wilson Lima, que ocupa interinamente o cargo de governador do Distrito Federal e que, até agora, é o único candidato na eleição indireta que escolherá o substituto de José Roberto Arruda, teria omitido informações na sua declaração de patrimônio entregue à Justiça Eleitoral

no O POVO Online

O Ministério Público Eleitoral do Distrito Federal abriu processo administrativo para investigar se o governador interino Wilson Lima (PR) fraudou sua declaração de patrimônio entregue à Justiça Eleitoral na campanha eleitoral de 2006.

Lima teria deixado de declarar à Justiça Eleitoral, quando foi candidato ao atual mandato, a venda de um micro-ônibus, no valor de R$ 60 mil, que teria utilizado para financiar sua candidatura à reeleição para deputado distrital.

Com base na denúncia, o ex-presidente do PT do Distrito Federal, Chico Vigilante entrou com representação no Ministério Público, que foi acolhida pelo procurador regional eleitoral, Renato Brill Góes.

Segundo Góes, no registro da candidatura de Lima havia um outro veículo não identificado, registrado somente como financiado no valor de R$ 14.090,52. O procurador questiona se o veículo financiado era ou não o micro-ônibus e pede informações detalhadas sobre o negócio.

O governador interino teria usado R$ 195 mil em recursos próprios na campanha de 2006. O montante é 55% superior ao seu salário anual de parlamentar à época. Pela legislação vigente, não é crime um candidato doar a ele mesmo valores acima de seus rendimentos.

Para justificar a origem dos recursos, Lima declarou ter recebido pagamento de sua mãe (R$ 55 mil), vendido duas Kombis (por R$ 50,6 mil) e um micro-ônibus (por R$ 60 mil). Esse último veículo não consta da lista de bens relatados à Justiça Eleitoral. A assessoria de Lima afirma que ele declarou o micro-ônibus à Receita Federal.

À Justiça Eleitoral, ele disse que a compradora do veículo tinha sido a diretora de Recursos Humanos da Câmara do DF, Edilair da Silva Sena. Mas ela nega.

Laranja
Para Chico Vigilante, há indícios de que Lima utilizou a diretora de Recursos Humanos como ``laranja para armar uma tramoia``. Vigilante afirmou que Edilair foi indicada para o cargo pelo governador interino.

"Eu apurei que essa senhora é um cargo comissionado indicado por ele (Lima). A servidora já reconheceu que não comprou esse micro-ônibus``, disse o petista.
Segundo a assessoria de Lima, ele ainda não foi comunicado sobre a abertura do processo. O governador interino tem 10 dias para prestar esclarecimentos ao Ministério Público.

Lima é o único pré-candidato até agora inscrito nas eleições indiretas convocadas pela Câmara Legislativa para escolher o substituto do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido).

Arruda, que está preso, acabou cassado não pelas denúncias de que teria recebido dinheiro de propina, mas por infidelidade partidária - em meio ao escândalo, ele se desfiliou do DEM, o que fere o entendimento atual de que o mandato pertence ao partido, não ao político.

Presidente licenciado da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Lima assumiu o cargo após a renúncia do ex-vice-governador Paulo Octávio (sem partido), que comandava o Executivo desde que Arruda foi preso.

O governador interino fez uma visita na semana passada aos deputados e chegou a pedir votos indiretamente. ``Eu sou oriundo dessa Casa e todo deputado distrital pode se candidatar. Eu sou candidato (...) Eu sou da Câmara e como deputado é a Câmara que governa hoje o Distrito Federal``, disse. (da Folhapress)

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