O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, viu nesta sexta-feira o resultado dos erros na sua campanha, com a queda do seu partido nas pesquisas e a perda do apoio de jornais importantes.
As pesquisas indicam que o público considerou o conservador David Cameron como vencedor do terceiro e último debate desta campanha, na noite de quinta-feira, a uma semana da eleição.
Mas a onda eleitoral em prol dos liberal-democratas, tradicionalmente a terceira força política do país, não dá sinais de acabar, aumentando as chances de que nenhum partido forme maioria absoluta no Parlamento, algo que não ocorre desde 1974.
Nesse caso, o mais provável seria uma coalizão dos liberal-democratas com os conservadores ou os trabalhistas.
"Esta eleição está longe de acabar. Estamos agora entrando no estágio mais energético e mais importante desta campanha (...). Não estou dando nada como vencido", disse Cameron num animado evento de campanha numa escola em Derby, no centro da Inglaterra.
Pesquisa do instituto YouGov para o jornal Sun mostrou os conservadores à frente, com 34 por cento, e um empate em 28 por cento entre liberal-democratas e conservadores.
Já a pesquisa do instituto Harris, para o Daily Mail de sábado, mostrou os trabalhistas, há 13 anos no poder, com apenas 24 por cento. Se esse número se repetir na eleição de quinta-feira, será o pior resultado do partido desde 1918, segundo o jornal.
Essa pesquisa colocou os conservadores com 33 por cento, e os liberal-democratas com 32. Mas, pelo sistema eleitoral distrital, ter mais votos no país não significa necessariamente formar a maior bancada.
A casa de apostas William Hill disse, pelo movimento das apostas, que a chance de os conservadores formarem a maior bancada é de 87 por cento, maior índice desde que a eleição foi convocada.
Piorando a situação de Brown, dois jornais viraram as costas ao trabalhismo.
O Guardian, tradicional aliado dos trabalhistas, disse que decidiu apoiar os liberal-democratas porque isso contribuirá para que haja uma reforma eleitoral.
O Times, que pela primeira vez apoiou o trabalhismo em 2001 e voltou a fazê-lo em 2005, disse na sua edição de sábado que voltará a apoiar os conservadores.
Nick Clegg, de 43 anos, o candidato liberal-democrata, disse ao Guardian que o seu partido substituiu o trabalhismo como lar natural da política progressista na Grã-Bretanha.
A possibilidade de um Parlamento sem maioria clara assusta os mercados financeiros, que temem que as negociações para a formação de uma coalizão adiem as reformas necessárias para conter o elevado déficit público.
(Reportagem adicional de Estelle Shirbon e Kylie MacLellan)
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