Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo não tem confirmação oficial de qualquer intenção da Argentina de criar restrições à importação de produtos brasileiros que tenham similar naquele país, mas se isso acontecer serão tomadas medidas de retaliação.
A informação é do secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral. Segundo ele, "a orientação é dar reciprocidade; nossa decisão será fundamentada".
Barral falou sobre o assunto durante entrevista coletiva no Itamaraty, onde se realiza o 1º Seminário Internacional sobre Defesa Comercial, que reúne representantes do Brasil, Argentina, Estados Unidos, Africa do Sul, Comissão Europeia e Organização Mundial do Comércio (OMC).
O secretário afirmou que o fato de oito caminhões terem tido problema de liberação na fronteira, não significa que há restrições aos produtos brasileiro, uma vez que o tráfego diário é de 500 desses veículos entre os dois países.
Barral destacou que o comércio com a Argentina continua muito forte, tendo no ano passado aumentado em mais de 50%. O Brasil exportou R$ 500 milhões e importou R$ 2 bilhões em produtos agrícolas no período.
O secretário afirmou que há muita expectativa em torno da consolidação das negociações da União Europeia com o Mercosul, especialmente no que se refere à Argentina, que exporta 80% de sua produção agrícola para os países europeus, enquanto o Brasil vende para a região 50% de sua produção agrícola.
Segundo Barral, a consolidação dos laços comerciais do Mercosul com a Europa "definirá se a rota de comércio mundial será o Oceano Atlântico ou o Pacífico". Ele disse que os países da União Europeia reconhecem que têm hoje como maior opção para sair da crise o próprio estabelecimento de laços comerciais com o Mercosul, mas o nível de emissão comercial deverá ser definido por eles próprios.
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