Técnicos do TSE dizem que a participação do presidente e da pré-candidata pode ser questionada como uso da máquina em pré-campanha
SILVIO NAVARRO
DO PAINEL
Cinco estatais do governo Lula (Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobras) desembolsaram R$ 2 milhões para bancar as festas do 1º de Maio, hoje em São Paulo, das principais centrais sindicais do país, a qual comparecerão o presidente e a pré-candidata, Dilma Rousseff (PT).
A título de patrocínio, as cinco autarquias do governo, do qual Dilma foi ministra até o final de março, destinaram verbas para os festejos de CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e UGT (União Geral dos Trabalhadores), que farão um ato unificado com outras centrais menores.
A CUT, cujo evento receberá R$ 1 milhão, estampou em seu material de divulgação a logomarca do próprio governo federal: "Brasil, um país de todos".
A Força informou que também receberá R$ 1 milhão das mesmas autarquias, com exceção do BNDES, e que sua lista de patrocinadores inclui várias empresas de capital privado. O governo patrocina anualmente esses eventos, mas é a primeira vez, em oito anos de governo, que Lula comparecerá.
As duas centrais não quiseram detalhar quanto cada estatal se comprometeu a bancar. Procuradas, a Petrobras, a Caixa e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgaram os valores (leia nesta pág.). A UGT captou R$ 100 mil da Petrobras.
Segundo técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ouvidos pela Folha, a passagem de Lula e Dilma nos eventos poderá ser questionada na Justiça por uso da máquina pública em ato de pré-campanha.
Um dos argumentos que caracterizariam cunho eleitoral do evento da CUT, segundo os especialistas, é que foi anunciado o lançamento de um documento intitulado "Plataforma para as eleições de 2010".
O presidente já foi multado duas vezes, num total de R$ 15 mil, por campanha antecipada -só é permitida a partir de julho. Desde 10 de abril, quando discursou no ABC em ato de sindicatos, ele não aparece com Dilma. O PSDB entrou com representação no TSE contra esse evento. O relator é o ministro Henrique Neves, que ainda não se pronunciou.
Além de Lula e Dilma, integrarão a comitiva petista hoje os candidatos ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, e ao Senado, Marta Suplicy.
Historicamente ligada ao PT, a CUT afirma que gastou R$ 1 milhão com o Dia do Trabalho. Além das cinco estatais, disse ter recebido ajuda da Braskem, braço petroquímico da empreiteira Odebrecht. A central chegou a estampar no site do 1º de Maio a logomarca de mais uma estatal, a Infraero, responsável pela administração dos aeroportos do país. Questionada pela reportagem, a Infraero negou ter desembolsado verba para o evento. No mesmo dia, a CUT retirou o logotipo do site.
Vitaminada pelo PDT, sigla que integra o arco de alianças da chapa de Dilma, a Força disse que o custo de seu evento é de R$ 2,5 milhões. Além da ajuda do governo, captou a outra fatia dos recursos com Bradesco, Itaú , BMG, Bovespa, Casas Bahia, Brahma e Nestlé. Assinante Folha/Uol leia intefra aqui
DO PAINEL
Cinco estatais do governo Lula (Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobras) desembolsaram R$ 2 milhões para bancar as festas do 1º de Maio, hoje em São Paulo, das principais centrais sindicais do país, a qual comparecerão o presidente e a pré-candidata, Dilma Rousseff (PT).
A título de patrocínio, as cinco autarquias do governo, do qual Dilma foi ministra até o final de março, destinaram verbas para os festejos de CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e UGT (União Geral dos Trabalhadores), que farão um ato unificado com outras centrais menores.
A CUT, cujo evento receberá R$ 1 milhão, estampou em seu material de divulgação a logomarca do próprio governo federal: "Brasil, um país de todos".
A Força informou que também receberá R$ 1 milhão das mesmas autarquias, com exceção do BNDES, e que sua lista de patrocinadores inclui várias empresas de capital privado. O governo patrocina anualmente esses eventos, mas é a primeira vez, em oito anos de governo, que Lula comparecerá.
As duas centrais não quiseram detalhar quanto cada estatal se comprometeu a bancar. Procuradas, a Petrobras, a Caixa e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgaram os valores (leia nesta pág.). A UGT captou R$ 100 mil da Petrobras.
Segundo técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ouvidos pela Folha, a passagem de Lula e Dilma nos eventos poderá ser questionada na Justiça por uso da máquina pública em ato de pré-campanha.
Um dos argumentos que caracterizariam cunho eleitoral do evento da CUT, segundo os especialistas, é que foi anunciado o lançamento de um documento intitulado "Plataforma para as eleições de 2010".
O presidente já foi multado duas vezes, num total de R$ 15 mil, por campanha antecipada -só é permitida a partir de julho. Desde 10 de abril, quando discursou no ABC em ato de sindicatos, ele não aparece com Dilma. O PSDB entrou com representação no TSE contra esse evento. O relator é o ministro Henrique Neves, que ainda não se pronunciou.
Além de Lula e Dilma, integrarão a comitiva petista hoje os candidatos ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, e ao Senado, Marta Suplicy.
Historicamente ligada ao PT, a CUT afirma que gastou R$ 1 milhão com o Dia do Trabalho. Além das cinco estatais, disse ter recebido ajuda da Braskem, braço petroquímico da empreiteira Odebrecht. A central chegou a estampar no site do 1º de Maio a logomarca de mais uma estatal, a Infraero, responsável pela administração dos aeroportos do país. Questionada pela reportagem, a Infraero negou ter desembolsado verba para o evento. No mesmo dia, a CUT retirou o logotipo do site.
Vitaminada pelo PDT, sigla que integra o arco de alianças da chapa de Dilma, a Força disse que o custo de seu evento é de R$ 2,5 milhões. Além da ajuda do governo, captou a outra fatia dos recursos com Bradesco, Itaú , BMG, Bovespa, Casas Bahia, Brahma e Nestlé. Assinante Folha/Uol leia intefra aqui
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