segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aliados de Serra se preparam para questionar site de Dilma na Justiça

GABRIELA GUERREIRO
da Sucursal de Brasília na Folha Online

Aliados do presidenciável José Serra (PSDB) vão analisar o conteúdo do site lançado nesta segunda-feira pela petista Dilma Rousseff para acionar judicialmente a ex-ministra por campanha eleitoral antecipada. A ordem na pré-campanha de Serra é questionar as ações do PT na Justiça sempre que houver sinais de desrespeito à Lei Eleitoral.

"Vamos examinar [o site]. Se houver razão para questionamento [judicial], nós o faremos. Essa postura denota um quadro de alguém que não consegue crescer e está incomodada com o crescimento do Serra. Ela faz esforço para mudar essa tendência", disse o coordenador da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

Apesar de lançar o site como pessoal, negando que seja o início de sua pré-campanha na internet, Dilma aproveitou o espaço para atacar a oposição --utilizando uma das críticas mais recorrentes contra o governo Fernando Henrique Cardoso: o apagão que atingiu o país durante a sua gestão.

O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), disse que a atitude da pré-candidata mostra "desespero" na campanha petista. "Isso já caracteriza desespero. Ao abrir uma campanha de ataque, ela não tem certeza do caminho da vitória. Vamos examinar juridicamente, é o mínimo para se enquadrar esse abuso de poder. É preciso se fazer isso para estabelecer limites", afirmou.

Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), aliados Dilma aproveitam o período "indefinição" na lei eleitoral para fazer campanha antecipada. "Os limites desse pessoal são delimitados por uma pretensão muito grande. Eles estão sempre além do que é permitido, só recuam depois que são multados."

Os organizadores do site negam que o blog tenha caráter eleitoreiro, com o objetivo de evitar que a página seja considerada propaganda antecipada.

No site, porém, o currículo de Dilma diz que o apagão elétrico que atingiu o país entre junho de 2001 e fevereiro de 2002 foi "imposto" pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e poderia ter sido evitado porque Dilma alertou "o governo federal sobre o risco de o país sofrer um racionamento, mas não foi ouvida".

O comentário aparece na biografia, lembrando que Dilma foi secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. "Dilma aumenta em 46% a capacidade do sistema energético gaúcho e faz do Rio Grande do Sul um dos poucos estados brasileiros a não sofrer o racionamento de energia imposto pelo governo FHC, entre junho de 2001 e fevereiro de 2002".

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